Divulgação informativa e cultural da Escola Secundária/3 Camilo Castelo Branco - Vila Real

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Filosofia hoje

Depois de ter concluído a aprendizagem de filosofia e de me ter cruzado com a pergunta “o que é a filosofia?”, eu pergunto agora, depois de ter estudado a sua possível definição e características: Será que filosofar é necessário? Mas porque é que não nos contentamos com o mundo e com o que já está diante de nós? O problema é que por muito que tentemos ignorar a filosofia, nunca lhe conseguiremos fugir. Tal como precisamos de comer e beber para sobreviver, o nosso intelecto necessita de filosofar.
Porém, e porque vivemos numa sociedade consumista e imbecil, a filosofia tem de ultrapassar inúmeros obstáculos para poder chegar ao homem, em vez de ser o homem a lutar para poder adquirir conhecimentos filosóficos.
Ao longo da sua história, a filosofia cruzou-se com muitos rivais desde a ciência até à tecnologia. Mas actualmente, atingiu-se o máximo de vergonha quando nos deparamos com respostas a uma situação como a seguinte:
Um homem, já com uma certa idade, tem muitas dificuldades económicas e necessita de roubar para sustentar a família, já que ninguém o aceita para trabalhar. Será isto bom ou mau?
Em vez de desenvolver o seu intelecto procurando uma resposta para esta questão ética, que alberga bastante subjectividade, o homem actual vai responder com a sua certeza de sábio: “É claro que é errado! Se ele quer sustentar a família e não pode trabalhar, então que vá a um programa de televisão!”.
O marketing, a publicidade e todas as disciplinas da comunicação tornaram-se nos maiores rivais da filosofia nos tempos de hoje e disseram “isto é connosco, somos nós os criativos, somos os construtores!”. Esta situação traz alguns benefícios à filosofia, visto que lhe vai dar entusiasmo em cumprir a sua tarefa de abrir os olhos às pessoas, que se escondem atrás de problemas inexistentes e criados pelo nosso mundo actual de forma a ocupar a mente e o tempo das pessoas, impedindo-as de filosofar. Isto acontece porque há um grande receio de a filosofia se apoderar do mundo. E depois, como tudo seria? Será que haveria tanta desigualdade económica?
Então volto a perguntar: será que filosofar é necessário?
Se nos quisermos libertar de conceitos impostos pelos meios de comunicação; se quisermos deixar de lado a imagem da pessoa cheia de problemas impossíveis de resolver (por muitos químicos que tomemos); se quisermos alcançar um pensamento autónomo e devidamente crítico, então filosofa até te fartares!


Fabiana Monteiro, 12ºI



Ser é o não ser. Conhecer é não conhecer.

Quando as flores nascem, também morrem. A vida é uma ilusão. Tudo à tua volta é virtual embora sintas e vejas e cheires. Complicado? Ainda não. Vamos caminhar pelo simples e o simples é complicado. Talvez não saibas mas eu ensino-te.
Ensino-te a caminhar mas sem usares os pés. Ensino-te a ver sem usares os olhos. Levo-te à luz mas eu ainda não sei o caminho e ainda sou cega. Sou cega de luz. Estou cega de tanta sabedoria mas continuo uma ignorante. Talvez não saibas, mas eu conto-te.
Conto-te sem te falar. Falo-te sem te conhecer. Mas conheço-te. Conheço aquilo que me mostras e que não vês. Conheço o que mostras mas escondes.
Nas pegadas que deixamos apenas vês palavras a flutuar sem nexo e paradoxais. A vida é mesmo um paradoxo. Podes não saber mas um dia vais-te aperceber.
Nada do que pensas existir existe. Tu és a única no mundo e nada mais há. Apenas estás tu e aquilo que inventaste para ti. Sentes-te deslocada mas cá estás. Sabes que existe este texto mas assim que o deixares de ler esquecê-lo-ás e repara que as letras não existem pois são apenas códigos que transpões para pensamentos mas os pensamentos não existem. Onde estão eles? Não os vês, não os sentes, não os cheiras mas eles existem? Talvez não. Talvez sim.
Tu lá sabes e eu lá sei. Somos duas ou talvez uma. Tudo é o todo que é o nada. O universo não existe pois não o vês, não o sentes, não o tocas mas sabes bem que estás nele e que existes. Ou não existes?
Pensa bem e depois conta-me. Não por palavras. Mostra-me mas venda-me antes. Leva-me mas deixa-me ficar.
O início e o fim não existem. Só existe o meio. Só existe um círculo com pontas agudas que tu atravessas e no fim voltas ao início e recomeças e voltas a errar nos mesmos erros e sentes e vês e tocas e cheiras. Mas onde estás? Talvez aqui. Mas o aqui não existe.
Vive o presente que é passado e já foi futuro. Vive-o agora sem saber que estás viva ou estás morta. Simplesmente estás por isso vive.



Catarina Carvalho, 11º F

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